Era uma vez, num reino muito, muito distante, uma princesa chamada Olga. Ela e seu marido, o príncipe Igor de Kiev, viviam uma vida que poderia fazer parte de algum conto de fadas – até que o ano de 945 mudou a história do casal, tornando-a digna de filme de suspense. Naquele ano, Igor foi assassinado pela família Drevlian, durante uma viagem em que coletava impostos. Foi então que Olga mostrou seu lado vingativo.
Como a maioria da população a considerava ingênua, os Drevlian, que tinham interesse em estender seu reinado para uma nova área, tentaram arranjar um casamento com a viúva. Pouco tempo depois da morte de Igor, foram visitá-la para tratar do assunto.
A princesa, que de boba não tinha nada, recebeu os interesseiros de maneira muito simpática e sugeriu que fossem de barco até a entrada de seu castelo, para poupar-lhes a caminhada. Quando chegaram aos jardins do palácio, os visitantes foram despejados (com barco e tudo) em trincheiras gigantes – e enterrados vivos.
Para a sorte de Olga e azar de seus inimigos, no século X a informação não era rápida como nos dias de hoje. Por isso, a viúva ainda teve a oportunidade de receber em seu castelo mais alguns Drevlians interessados em discutir o matrimônio, sem saber que um destino fatal os esperava. Assim que chegavam, Olga dava ordens para que fossem enviados à casa de banho, onde as portas eram imediatamente trancadas, impedindo que os visitantes escapassem… do fogo que ela mandava atear no edifício.
Não satisfeita, Olga se dirigiu às terras dos Drevlians, com a desculpa de que faria um funeral para seu marido. Durante a cerimônia foram servidas bebidas – a princesa, no ápice de sua crueldade, esperou que as pessoas ficassem bêbadas para então ordenar que fossem mortas, uma a uma. Um pequeno detalhe: calcula-se que, apenas nesse episódio, Olga de Kiev assassinou cerca de 5 mil homens.
Calma, ainda não acabou! Como a vingança é um prato que se come frio, a princesa encerrou a sua em grande estilo. Depois de matar milhares de pessoas ligadas à família responsável pelo assassinato de Igor, ela viajou ao redor do império de seus inimigos para arrecadar tributos. Uma cidade chamada Iskorosten, que não tinha medo do perigo, se recusou a pagar os impostos. Olga, então, afirmou que poderia perdoá-los se cada casa a presenteasse com um pombo, proposta que os moradores aceitaram de bom grado. Naquela noite, enquanto a cidade dormia, Olga mandou que fossem amarradas brasas acesas nas patas dos animais, e que todos fossem enviados de volta a suas casas. Conclusão: a cidade toda pegou fogo – e ela ainda matou ou extorquiu aqueles que tentaram escapar das chamas.
Quando conheceram seu lado vingativo, os Drevlian desistiram de qualquer possibilidade de casamento (por que será?). Sendo assim, Olga reinou até que seu filho, Svyatoslav, tivesse idade para assumir o trono. Como governante ela foi responsável pela primeira reforma legal da Europa Oriental, efetuando mudanças no sistema de arrecadação de tributos. Foi a primeira governante russa a se converter ao catolicismo.
Fonte: Cracked.com e Russiapedia
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