Porque ela pode cortar, comprimir ou danificar a medula espinhal, uma massa de tecido nervoso que conecta o cérebro ao corpo e vai da base do crânio até a segunda vértebra lombar. Todos os nossos movimentos e sensações se originam de impulsos nervosos que partem do cérebro, são conduzidos pela medula e estimulam os músculos, conectados aos ossos e outros órgãos. No caso de uma lesão, uma ou muitas dessas funções podem ficar comprometidas. Mas é preciso um trauma de alta energia para que toda a proteção de musculatura, ligamentos e ossos seja rompida. Isso acontece com mais frequência em casos de acidentes de carro, ferimentos com armas de fogo, quedas de grandes alturas ou mergulhos em água rasa. Depois que a medula é afetada, pode levar vários meses para que se possa dizer se a lesão foi completa (com perda de movimentos e sensações abaixo do nível do trauma) ou incompleta (com preservação de certas funções motoras e sensações).
DE COSTA A COSTA
A coluna é formada por 33 vértebras e dividida em cinco partes: coluna cervical (sete vértebras), coluna torácica (12 vértebras), coluna lombar (cinco vértebras), coluna sacral (cinco vértebras) e coluna coccígea (quatro ou cinco vértebras)
QUESTÃO DE ALTURA
Quanto mais alta a lesão, maior a gravidade, porque o sinal do cérebro deixa de ser enviado para os nervos das vértebras abaixo da que foi lesionada. "A medula é como um cabo de eletricidade que está levando luz para várias casas em uma rua", afirma Luciano Miller Reis Rodrigues, ortopedista e chefe do grupo de coluna da Faculdade de Medicina do ABC. "Se romper o cabo na primeira casa, todas serão desligadas, mas se romper no meio da rua somente as do meio para o final ficarão apagadas"
Corpo fechado
Os tipos de paralisia causados por lesões sérias na coluna
PARAPLEGIA
Exige uma lesão completa a partir da sétima vértebra cervical. O paciente perde os movimentos e a sensibilidade nos membros inferiores
TETRAPLEGIA
Acontece no caso de lesão completa até a C6. O paciente tem os quatro membros paralisados. Vale dizer que danos à C5 ou C6 (lesão incompleta) podem permitir certos movimentos dos braços
CONSULTORIA Luciano Miller Reis Rodrigues, chefe do grupo de coluna da Faculdade de Medicina do ABC, e Rodrigo Faleiro, coordenador do Departamento de Trauma da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e do Hospital João XXIII, de Belo Horizonte
FONTES apresentação Trauma Raquimedular, do dr. Antonio Eulalio, e cartilha Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular, do Ministério da Saúde
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