Desde os anos 90, a procura pelo "gene gay" vem eludindo os cientistas. Num estudo de 2011 em gêmeos univitelinos - que tem o mesmo DNA, como clones - as chances de um irmão ser gay se o outro é só ficam em 20%. O que aponta para o ambiente tendo uma influência maior que os genes.
Mas a coisa pode ser mais complicada que isso. Pela primeira vez, um estudo encontrou informações genéticas que permitiram aos cientistas prever a orientação sexual em homens.
A resposta não estava diretamente nos genes, mas em marcadores epigenéticos. Esses surgem de mudanças químicas que não afetam diretamente as informações no DNA, mas a forma como os genes se expressam. Podem ser transferidos dos pais aos filhos, mas também podem surgir durante a gestação ou mesmo na vida adulta, por diversos fatores, como estresse, fumo ou a dieta. E podem ser diferentes em gêmeos univitelinos, mesmo com seu DNA idêntico.
Os cientistas, da Universidade da Califórnia, Los Angeles, estudaram um grupo de cinco desses marcadores em 37 pares de gêmeos idênticos, nos quais apenas um irmão era gay. Também participaram 10 pares de gêmeos heterossexuais, como grupo de controle. Através da análise da saliva, descobriram que esse conjunto de marcadores estava presente no gêmeo gay, mas não no outro. Em 67% dos casos, eles acertaram quando alguém era gay ou não.
É só um começo. Não se sabe o que causa essas modificações epigenéticas - no que entram as influências ambientais - ou quais genes exatamente elas afetam. Os pesquisadores pretendem começar estudos mais amplos, em grupos maiores, para ver se o sucesso pode ser repetido.
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